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Igreja Católica devolve direitos sacerdotais a Padre Cícero
O Vaticano devolveu, neste domingo, 13, os direitos sacerdotais de Padre Cícero Romão Batista. Considerado santo pelos nordestinos brasileiros, Padre Cícero tem, agora, o marco zero para sua reconsideração, beatificação e posterior santificação. O bispo diocesano de Crato, dom Fernando Panico, anunciou a reconciliação durante a missa dominical na Catedral de Crato, cidade onde Padre Cícero nasceu.
O Vaticano enviou uma carta à Diocese de Crato e aos romeiros de Juazeiro do Norte, em nome do papa Francisco, reconhecendo a importância de Padre Cícero para a evangelização. “É inegável que o Padre Cícero Romão Batista no arco de sua existência viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e por isso mesmo desde o início foi compreendido e amado por este mesmo povo”‘ destaca trecho da carta do Vaticano. O processo de reabilitação demorou mais de dez anos. Foi enviado um dossiê de mais de dez volumes para o Vaticano ainda quando João Paulo II era papa.
Entenda o caso:
De acordo com o documento divulgado o Padre Cícero está oficialmente anistiado de todas as punições que lhe foram impostas pelo bispo e o papa da época.
Suspenso de ordens, e não excomungado, o Padre Cícero encerrou seus últimos dias de vida, em 20 de julho de 1934.
Agora em pleno Ano Santo (2015) a Igreja se reconcilia com o Padre Cícero, pondo fim ao martírio que ele suportou até morrer.
Saiba mais
Ordem cronológica dos acontecimentos segundo pesquisa do professor e memorialista Daniel Walker.
– 4 de novembro de 1889. Inconformado com as notícias veiculadas na imprensa sobre os milagres o Bispo Dom Joaquim envia carta a Padre Cícero na qual o proíbe expressamente de fazer qualquer manifestação pública sobre o assunto.
– 6 de agosto de 1892. Através de Portaria o bispo D. Joaquim suspende o Padre Cícero das faculdades de confessar, pregar e administrar sacramentos. Esta foi a primeira pena grave imposta oficialmente a ele como desdobramento das investigações dos fenômenos ocorridos no povoado de Juazeiro a partir de 1º de março 1889, denominados popularmente de Milagres da Hóstia.
– 13 de abril de 1896. O bispo dom Joaquim aumenta a punição ao Padre Cícero e o proíbe de celebrar Missa.
– 10 de fevereiro de 1897. O Santo Ofício emite um novo Decreto, agora proibindo a permanência de Padre Cícero em Juazeiro, sob pena de excomunhão. Temeroso de incorrer na pena de excomunhão, em 29 de junho de 1897 ele resolve sair do povoado e vai para Salgueiro.
– 22 de junho de 1898. Após cinco interrogatórios os cardeais do Santo Ofício decidem absolver o Padre Cícero das censuras até então impostas, mas ele permanece com a proibição de pregar, confessar e dirigir as almas e é aconselhando a procurar outra diocese.
– 5 de setembro de 1898. Após vários requerimentos enviados ao Santo Ofício para regularizar sua situação ele consegue autorização e com muita alegria celebra Missa na Capela de São Carlos em Roma. E os cardeais foram mais benevolentes ainda, pois lhe concederam também permissão para celebrar durante a viagem de volta ao Brasil.
– 15 de novembro de 1898. Padre Cícero se apresenta a Dom Joaquim em Fortaleza e lhe informa que fora absolvido em Roma. Mas o bispo, certamente insatisfeito com a decisão do Santo Ofício, foi implicante mais uma vez e não permite que ele celebre em Juazeiro.
– 12 de julho de 1916. O Santo Ofício declara o Padre Cícero incurso na excomunhão latae sententiate.
– 27 de julho de 1916. O cardeal Merry Del Val comunica o fato oficialmente ao Núncio Apostólico, Dom José Anversa. D. Quintino, bispo do Crato, só tomou conhecimento desse documento no dia 14 de abril de 1917, portanto nove meses depois da sua publicação. E só resolveu comunicar por carta ao Padre Cícero no dia 29 de abril de 1920, portanto três anos depois. Padre Cícero não chegou a receber essa carta porque Dr. Floro foi quem a viu primeiro e diante do conteúdo exposto achou por bem não lhe entregar, pois achava que em face da avançada idade Padre Cícero não estava em condições de saúde e psicológicas para suportar tamanho baque. E foi isso mesmo que Dr. Floro informou ao bispo, conseguindo convencê-lo a não dar conhecimento da gravíssima pena de excomunhão a que padre Cícero incorreu. Dom Quintino tinha, então, um documento provando que Padre Cícero estava excomungado, mas mesmo assim deixou que ele continuasse celebrando missa fora de Juazeiro. Ele celebrava no sítio Saquinho, município do Crato.
– 1º de janeiro de 1917, estando excomungado, mas sem saber, Padre Cícero recebe autorização do bispo para celebrar Missa na capela de Nossa Senhora das Dores, onde deixara de celebrar desde o dia 6 de agosto de 1892.
– 3 de junho de 1926. Como Padre Cícero adotou a opção de permanecer em Juazeiro Dom Quintino acatando determinação do Santo Ofício o suspende novamente, retirando-lhe o uso de ordens. Foi esta a última e definitiva punição.
– 20 de outubro de 2015. O Papa Francisco emite decreto onde a Igreja Católica Apostólica Romana pede perdão ao Padre Cícero anistiado de todas as punições que lhe foram impostas anteriormente.
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