ALEXANDRE TENÓRIO
Quem foi seu Genésio Cordeiro?

Todos os bom-conselhenses que viveram os idos tempos das décadas de 50, 60, 70 e 80 tem em sua mente o saudoso alfaiate “Genésio Cordeiro” e sua alfaiataria “CORDEIRO”, que ficava localizada na Praça João Pessoa.
Seu Genésio era de compleição mediana baixa, cor branca, cabelos brancos, usava um aparelho auricular na orelha esquerda, pois tinha ficado mouco deste ouvido.
Seu Genésio foi um dos fundadores da igreja presbiteriana em nossa cidade, juntamente com sua esposa dona Alaíde. O que tinha seu Genésio Alegre e brincalhão, tinha dona Alaíde sisuda.
Seu Genésio teve três filhos: Keran era o mais velho, era o que podíamos chamar de menino grande, andava sempre com um guarda-chuva e quando estava chovendo se alguém inventasse de se abrigar no seu guarda-chuva ele desarmava o mesmo, preferia levar chuva que dividir o mesmo com alguém.
Keran fez todos os cursos que nossa cidade teve, porém continuava sem saber de nada, o que o professor dizia, entrava por um ouvido e saia por outro, era realmente uma figura muito querida de todos, morreu ainda jovem do coração, teve um ataque cardíaco fulminante.
Paulo era o caçula, tinha tido poliomielite na infância, carregou por toda sua vida as marcas deixadas por esta terrível doença, porém nada disso fez tirar o seu bom humor, gostava de contar piada, e embora fosse crente, sabia piadas de safadeza mais que qualquer católico. Casou, teve um filho e nos deixou ainda jovem, com problema causado pela esquistossomose.
Seu Genésio era natural de Recife, e quando perguntávamos sobre seu pai, ele dizia “nosso pai está bem, com muita saúde, realmente, o velho morreu com mais de 100 anos. Seu Genésio sempre dizia que pedia a deus todos os dias que lhe poupasse de uma doença que lhe fizesse ficar acamado, entrevado, infelizmente deus não atendeu ao seu apelo e ele teve um AVC e ficou na cama até a sua morte.
A alfaiataria “CORDEIRO”, era ponto de encontro de muitos bom-conselhenses, ali se discutia de tudo. Seus ajudantes eram Zé Maria Tenório Siqueira (sobrinho de Abelardo Siqueira) e Severino Soldado. Embora fosse crente, seu Genésio gostava de piadas de safadeza, e se dava bem com todos os católicos que ali frequentava, não discutia religião com ninguém, era muito na dele. Era eleitor do meu tio Gervásio Pires, embora não fizesse política na alfaiataria, mais sempre dava sua estocada de leve no coronel.
Lembro-me que quando eu era pequeno, ia pedir dinheiro a ele, para comprar terno de futebol, lá ia aquela reca de meninos, e quanto mais a gente pedia dinheiro ele dizia que não estava escutando, porém naquele meio eu dizia que vinha pagar uma prestação ai ele escutava, todo mundo que estava lá caia na gargalhada, então ele tirava uma cédula do bolso e nos dava, e saíamos todos alegres.
Fiz meu primeiro terno com ele, lembro-me que era de terilene, na cor bege e tinha uma listra, quando vesti, achei lindo, realmente ele era um bom alfaiate. Sem sombra de dúvida, para aqueles que tiveram o prazer de ter convivido com seu Genésio Cordeiro, a sua ausência fez muitas faltas, um bom-conselhense de coração para sempre ser lembrado.

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