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Qual o significado do monólito em ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’?

A filmografia de Stanley Kubrick é verdadeiramente enigmática, infundindo questões morais de mortalidade em filmes de terror como o clássico O Iluminado (1980) e o drama de guerra Nascidos para Matar (1987), para citar só dois. Talvez não haja nenhum filme que seja mais ponderado e discutido do que a obra-prima de Stanley Kubrick de 1968, 2001: Uma Odisseia no Espaço.
Adaptado do romance de Arthur C. Clarke (1917-2008), o filme de Stanley Kubrick é uma viagem visionária pela linha do tempo da humanidade e discute conceitos como: regeneração, religião e avanços tecnológicos. Um feito de grande maravilha cinematográfica, a visão de Kubrick é verdadeiramente inigualável, criando a referência que todo cineasta contemporâneo pretende alcançar, de Christopher Nolan a Denis Villeneuve.
Embora o filme de Kubrick flerta com o primeiro contato da humanidade e uma forma de vida alienígena, o público nunca realmente vê um ‘alienígena’ no sentido tradicional, com a experiência de ver tal ser comunicado através do monólito imponente. Um ícone do cinema de ficção científica, o monólito de 2001: Uma Odisseia no Espaço é uma coluna negra imponente, rudimentar em seu design e inovadora em suas conotações simbólicas.
De boca fechada sobre o significado particular dos detalhes específicos de seu filme, Stanley Kubrick revelou o pensamento por trás do monólito em uma entrevista com o roteirista Joseph Gelmis em 1969. Questionado sobre a falta de uma presença alienígena típica no filme, Kubrick respondeu: “Desde o início do trabalho no filme, todos discutimos meios de retratar fotograficamente uma criatura extraterrestre de uma maneira que seria tão incompreensível quanto o próprio ser”.
No mesmo sentimento do escritor de fantasia HP Lovecraft (1890-1937), Kubrick desejava obscurecer a visão do ser alienígena com o conhecimento de que qualquer coisa que ele conjurasse não poderia corresponder ao poder da imaginação, observando: “Logo ficou claro que você não pode imaginar o inimaginável”. Como resultado, Kubrick criou o monólito preto, a antítese da criatividade selvagem que é paradoxalmente um golpe de mestre inovador.
Como explicou Stanley Kubrick: “Tudo o que você pode fazer é tentar representá-lo de uma maneira artística que transmita algo de sua qualidade”, fazendo referência ao tamanho intimidador do monólito e ao ímpeto aterrorizante e desconhecido. Continuando, o cineasta acrescentou: “É por isso que optamos pelo monólito preto – que é, claro, em si mesmo uma espécie de arquétipo junguiano, e também um exemplo bastante justo de ‘arte minimalista’”.
Revelando que o monólito é inspirado na teoria dos arquétipos junguianos idealizada por Carl Jung (1875-1961), esse conceito é definido por imagens e temas que derivam do inconsciente coletivo. Jung acreditava que certos símbolos de diferentes culturas são muitas vezes muito semelhantes, pois foram desenvolvidos a partir de arquétipos compartilhados por um inconsciente humano coletivo.
Embora a definição de Stanley Kubrick seja previsivelmente vaga, ela nos dá uma compreensão adicional do pensamento por trás do design do objeto, bem como por que ele recebe tanto foco na obra-prima indiscutível de ficção científica do diretor.
Colunista: Vanderlei Tenório
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