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Hospital no Recife registra mil pacientes curados do novo coronavírus
Na quinta-feira (21), o estado bateu recorde de número de curados e chegou a 4.176 pessoas recuperadas no estado.
O médico pneumologista Vanildo Bayer foi o milésimo paciente a receber alta do Real Hospital Português, no Centro do Recife, uma das unidades de saúde credenciadas para receber pacientes com Covid-19. Internado desde 4 de maio, o profissional passou sete dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde lutou pela vida ao lado de colegas de profissão.
Foram, até a quinta-feira (21), 4.176 pessoas recuperadas no estado. Nesse dia, Pernambuco bateu recorde no número de pacientes curados do novo coronavírus, com 1.018.
Entretanto, os pacientes recuperados representam apenas 18% do total de infectados no estado, que, nesta sexta-feira (22), chegou a 25.760 casos.
“Hoje eu só estou vivo por causa de vocês. Estou voltando para os braços da minha esposa e dos meus filhos. Graças a Deus e à minha profissão”, disse Vanildo Bayer à equipe médica que o atendeu.
Uma das pessoas curadas da Covid-19 em Pernambuco foi o radialista Maciel Júnior, que passou 20 dias na UTI. Com 16 quilos a menos, ele encontrou forças para comemorar a alta. No hospital, o radialista esportivo precisou ser entubado e entrou em coma.
“Os médicos, os fisioterapeutas, começaram a me dizer o que aconteceu, porque eu não tive noção. Não tinha noção, por exemplo, que tinha ficado em coma por 11 dias. Eles estavam com muito medo dos números, dos parâmetros de medição da atuação pulmonar, porque eles eram muito baixos. Se baixasse mais, eu não ia ter como voltar”, disse Maciel.
O radialista disse que sempre teve saúde de ferro e que não tem ideia de como se contaminou. “Eu não sou sedentário. Faço academia, jogava futebol, tenho boa alimentação, bebia socialmente, não fumava, não fazia parte de grupo de risco, não tenho glicose alta, não sou hipertenso. Mesmo assim, fui contaminado e cheguei a um quadro grave. O vírus não escolhe”, afirmou.
O motorista de aplicativo Paulo Higashikawauchi ficou doente junto com toda a família. “Perdi o senso de tempo de espaço, perdi a noção das coisas, foi difícil”, disse.
A advogada Heloísa Higashikawauchi, esposa dele, teve sintomas leves e ficou em casa. Mas o marido e a filha tiveram que ir para o hospital. “Eu tive três dias de febre, da quarta até o sábado. Quando acabou a febre, que achei que estava melhorando, comecei a ter crise de tosse. Uma tosse que não volta, que você tenta puxar o ar e não vem”, disse.
A médica Sylene Rampche também se viu numa situação delicada depois de contrair a Covid-19. Ela deixou de cuidar para ser cuidada e passou 10 dias na UTI.
“Essa é uma doença muito solitária. Além do desconforto da doença em si, de você sentir muita dor, sentir muita fraqueza, febre alta, a gente também tinha a aflição do que a gente estava vivendo naquele momento. A palavra que me definiu foi medo”, disse.
G1 PE
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