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Militares são presos e transferidos após abordarem coronel durante blitz; veja vídeo
Uma blitz onde o coronel da Polícia Militar Adroaldo Goulart foi parado enquanto dirigia um veículo oficial terminou na prisão e na transferência, para o Sertão, de três policiais militares lotados no Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv) que participaram da abordagem. Segundo a assessoria de Comunicação da PM, o fato aconteceu na quinta-feira, 23, na Barra de São Miguel.
Neste domingo, 26, vídeos da ação circularam nas redes sociais e policiais procuraram o CadaMinuto e outros veículos da imprensa para denunciar que houve abuso de autoridade por parte do coronel Goulart.
Em seguida, o comandante-geral da PM, coronel Marcos Sampaio, divulgou uma nota informando que irá apurar com rigor todas as denúncias e que não compactua com desvio de conduta ou abuso de autoridade, seja quem for os envolvidos.
Ainda conforme a nota, os fatos serão averiguados por meio de procedimento administrativo e o chefe do Estado Maior Geral (EMG), que respondia pelo comando da corporação na ocasião do fato, será ouvido acerca das transferências dos militares.
As prisões dos PMs Antônio Edvaldo da Silva (segundo tenente), Alexandro de Farias Barros Santos (terceiro sargento) e o soldado Thiago Cavalcante de Araújo Oliveira foram publicadas na sexta-feira 24, no Boletim Geral Ostensivo (BGO).
Abordagem correta
Um oficial da Polícia Militar ouvido pelo Cadaminuto detalhou que a abordagem feita pelos policiais no momento blitz atendeu corretamente a todos os procedimentos determinados em situações como a que envolveu o coronel Goulart.
Segundo ele, em um caso como este o Código de Trânsito prevê a aplicação de duas infrações, sendo a primeira pela condução de um veículo por uma pessoa não habilitada – como era a situação da esposa do coronel, que dirigia o veículo – e a segunda por se tratar da conduta de veículo oficial do Estado de maneira irregular.
“Todos os procedimentos dos policiais naquela ocorrência estão dentro dos procedimentos ensinados e determinados pela Polícia Militar durante a formação. Em nenhum momento os policiais agiram de forma errada ou fora do padrão”, disse o oficial que preferiu não se identificar.
Ele acrescentou ainda que se houvesse algum tipo abordagem irregular, a penalidade aplicada aos policiais seria somente uma prisão com duração de três dias. “Toda tropa clama ao coronel Marcos Sampaio para que seja tomada alguma atitude sobre a posição desses coronéis, que deveriam estar aposentados, mas que voltaram para retroagir a Polícia Militar. A sociedade não precisa de atitudes como essa. A sociedade necessita de oficiais oxigenados”, frisou o PM.
Denúncias
Ainda conforme relatos dos policiais ao CadaMinuto, a guarnição avistou um carro branco do Estado parado um pouco antes da barreira policial e perceberam que os dois ocupantes do veículo trocaram de lugar, por isso determinaram a ordem de parada, mas o condutor teria se negado a se identificar e arrancado com o carro.
Com isso, os policiais se aproximaram do carro com arma em punho e só então o coronel se identificou.
Nos vídeos, é possível ouvir quando o coronel Goulart se queixa da abordagem, que considerou inadequada. “Vieram com uma arma apontada para mim… Mostrei a identidade. Se eu fosse civil eu tinha apanhado”, reclama. Em outro trecho da gravação, ele reconhhece que a esposa – que é civil – estava dirigindo a viatura administrativa até trocar de lugar com ele.
Ainda conforme a denúncia, os militares envolvidos na operação foram levados para a sala do comandante da PM interino, coronel Nerecinor Sarmento, na sexta-feira (24), quando um deles foi obrigado a entregar o próprio aparelho celular onde estavam os vídeos.
Conforme informações da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), os militares estão recolhidos no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), no Trapiche, e devem ser liberados nesta segunda-feira, 27.
Neste mesmo dia as associações devem procurar o Ministério Público Estadual e o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) para denunciar o caso.
Em postagem nas redes sociais, o presidente da ACS, cabo Wellington Silva, classificou as prisões e transferências de “coronelismo”. “Foram punidos porque abordaram um coronel que vinha numa viatura administrativa sem farda, conduzida pela esposa”.
Confira o vídeo da abordagem:
*Fonte: CadaMinuto
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