ECONOMIA
Vendas de cimento crescem 11,8% em meio a pandemia
Apenas em fevereiro, 4,7 milhões de toneladas foram compradas. Crescimento é de 14% em relação ao mesmo mês de 2020
Apesar da pandemia da Covid-19 estar afetando diversos negócios, o comércio de cimento vai muito bem. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), apenas no mês de fevereiro de 2021, as vendas no setor cresceram 14% em relação ao mesmo mês de 2020, totalizando 4,7 milhões de toneladas vendidas.
As vendas por dia útil – indicador que considera os dias trabalhados como forte influência no consumo de cimento -, também foi um fator importante analisado. Neste ano, a maioria dos estados não teve feriado de Carnaval, aumentando assim, o número de dias úteis. Com isso, a comercialização do produto foi de 234,1 mil toneladas, resultando em um aumento de 5,4% comparado ao mês anterior e de 16,4% em relação a fevereiro de 2020.
Vale ressaltar que os estados que aderiram ao feriado de carnaval suspenderam as atividades nos dias de festas, não sendo, portanto, contabilizados como abertura de comercialização.
alta no número de vendas foi possível graças às favoráveis condições climáticas, as manutenções de obras imobiliárias e a autoconstrução. O economista do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (CNC), Flávio Guimarães, esclarece que os meses seguintes ainda estarão em aquecimento, mas que a desvalorização da moeda brasileira pode reverter tudo. “Para piorar a situação, o mundo enfrenta uma forte pressão nos preços das commodities, que no Brasil se agrava devido à forte desvalorização do real, impactando diretamente na indústria do cimento”, esclarece.
O economista enfatiza ainda que o fim do auxílio emergencial e novas medidas de circulação podem tornar o cenário desfavorável. “É fundamental acelerar a vacinação da população e aprovar as reformas estruturantes para que haja retomada no crescimento econômico do País”.
No acumulado de doze meses, a região Centro-Oeste apresentou o maior crescimento em vendas de cimento, totalizando 17,2%. Com a população passando mais tempo dentro de casa, alguns decidiram aproveitar para fazer autoconstrução. Foi o caso do estudante de medicina veterinária Samuel Lucas. O morador da Cidade Ocidental (GO) relata que a pandemia possibilitou ajustes dentro do lar.
“Nós já tínhamos um projeto para fazer uma varanda e rebocar toda a casa. Nos primeiros meses da pandemia meu pai ficou em casa e pôde fiscalizar toda a reforma. No fim, fizemos até mais que o necessário, trocamos as janelas, portas e colocamos piso na área externa”, afirma.
O setor de varejo de material de construção foi considerado serviço essencial por lei Federal. O decreto foi publicado no dia 28 de abril de 2020 no Diário Oficial da União.
Fonte: Brasil 61
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